sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Programa Papo de Mãe!

Ontem teve a estréia de um programa na Rede TV chamado de PAPO DE MÃE!!! O tema discutido por diversas pessoas foi PARTO!

Para que perdeu este programa será reprisado no seguintes dias: domingo (13h30), na segunda (12h30) e na terça (17h30).

Tem também o Blog: http://www.papodemae.com.br/ Divirtam-se e vejam um trechinho sobre o programa que retirei do blog comentado acima:

"Com as mães convidadas e especialistas conversamos sobre parto normal, parto natural, cesariana. Parto em casa, em hospital público, em hospital particular. Uma das convidadas é a Liana que tem 6 filhos (ela teve parto normal e cesárea). Outra é a Marta, que está grávida e cheia de dúvidas. Tem ainda a Cristiane que tem cinco filhos (o parto do mais novo, de um ano, foi feito por um policial militar porque não deu tempo de chegar ao hospital – vamos mostrar imagens emocionantes) e tem a Renata que decidiu ter o segundo filho em casa dentro de uma banheira inflável. Há depoimentos de ginecologistas, obstetras, doulas (quem não sabe o que é vai descobrir no programa), nutricionistas e de policiais que já fizeram partos. Os filhos de quem trabalha no papo de mãe e também os dos convidados participam do programa. Um programa interessante pra quem pensa em ter filhos, pra quem está esperando a chegada de um bebê e também pra quem já passou por isso. Para as mães, os pais, os avós, tios e curiosos....Embora o papo seja de mãe todos da família participam!!!! Os homens também !!!" (Mariana e Roberta)

Parto com Prazer

Pessoal,


Terá um evento com o tema da redescoberta do parto com prazer em Campinas na próxima sexta-feira. A equipe que estará trabalhando o tema é de altíssimo potencial. Vale a pena conferir!


Segue detalhes:

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Inveja do que, cara pálida?

Célia Musilli tem jeito descontraído e leve de escrever. Vejam só esta crônica e o valor dado para o corpo feminino.

Segue uma crônica escrita por Célia Musilli
*O complexo de castração sob uma ótica leiga, desencanada e feminina*

Dia destes me encontrei com um divã e não foi numa sessão de análise. Encontrei-o por acaso na sala de uma amiga, cujo pai foi psicanalista e deixou de herança um divã azul e estiloso. Primeiro me reclinei sobre ele como uma personagem dos festins de Roma, a quem só faltava o cacho de uvas. E pensei que o divã deve ter cativado os romanos possivelmente por influência da Grécia, em territórios e épocas dedicados por excelência ao ócio, ao prazer e ao devaneio.

Bem mais tarde a peça de mobiliário ganharia outra função, quando Freud o elegeu o "encosto" ideal para múltiplas viagens ao inconsciente. Não era nada bobo o Dr. Freud. Porque era preciso deixar as pessoas à vontade em qualquer tentativa de descobrirem a si mesmas. E não seria num consultório frio, numa cadeira desconfortável e com olhos quase inquisidores pousados sobre nossas queixas que, enfim, nos descobriríamos. Então, o divã entrou no consultório e o de Freud era lindo, como se vê em fotos que mostram aquele móvel recoberto por mantas e almofadas, com aconchego de ninho, onde o inconsciente se abre sob a senha do conforto máximo, acolchoado e macio.

Naquele divã, saindo de Roma com a mente voltada para o início do século 20, fui tomada por certezas e dúvidas sobre as teorias de Freud. Não, não conheço bem suas teorias. Embora toda cultura contemporânea tenha absorvido conceitos que pontuam conversas corriqueiras com expressões como histeria, complexo de castração ou comportamento edipidiano. O velho Freud paira sobre nossas cabeças, ainda que não sejamos versados em Psicanálise e, assim, o divã me trouxe alguns insights como se antigas vozes voltassem aos meus ouvidos enquanto eu me deitava simplesmente para identificar naquele móvel as pegadas de outros inconscientes, nas trilhas do desejo e da repressão.

Comecei a pensar de onde Freud teria tirado a ideia de que as mulheres têm inveja do pênis, o que redundaria no inevitável complexo de castração. Ponderei que na época de Freud ser homem era muito melhor do que ser mulher. Porque ser mulher, naquele tempo, significava comportar-se como um ser reprimido, estressado, apartado de sua sexualidade, num período em que as fêmeas nem sequer abriam direito as pernas, a não ser na hora do parto. E o parto, embora cercado da idealização d o "padecimento do paraíso", decerto era um momento traumático para as mulheres que pouco conheciam seu próprio corpo, dando à luz, muitas vezes, quando ainda eram quase meninas.

Antigos paradigmas foram desmontados lentamente ao longo do século 20. A partir dos anos 60 fala-se da "libertação da mulher", expressão hoje tão desgastada quanto o seu sentido. Mas o fato é que a "superioridade masculina", a despeito de todas as revoluções, foi consagrada a partir do atributo do pênis – acatado pelo próprio Freud - como uma ideia que atravessou gerações, chegando ao nosso tempo ainda como uma sagração que confere força, poder e competitividade aos homens. Enquanto os meninos exibem seus pênis urinado em jatos de longo alcance, as meninas se agacham timidamente, disfarçando sua condição biológica. Meninos fazem xixi estimulados por um ato de liberdade e brincadeira. Meninas se espremem discretamente e ainda têm que aprender a secar-se com papel higiênico de trás para a frente, num ritual que exige sempre um esforço maior do que o prazer.

O que me ocorre, é que em tempos obscuros, Freud também não se abriu para uma inversão de seu raciocínio, considerando que os homens também poderiam sentir inveja do misterioso aparelho sexual feminino, internalizado como uma rosa que não se abria. A censura cultural não lhe permitiu esta ousadia ou mera inversão de valores, a partir de um outro olhar. Mas todo o potencial feminino estava lá, a ser descoberto em dobras e pétalas de fazer inveja, conduzindo a um labirinto que acaba no útero, uma das mais fantásticas criações da natureza, onde o mistério do desejo, da cópula e da fecundação toma forma. E tudo isto seria muito mais prazeroso se as mulheres não tivessem atravessado séculos de castração não pela falta de um pênis, mas pela falta de conhecimento do seu próprio corpo.

Que bem nos teria feito o Dr. Freud se em vez de nos acossar com a idéia de "invejar o pênis", tivesse nos alertado mais firmemente para a presença de um botãozinho mágico entre as nossas pernas que, uma vez acionado, pode nos levar ao verdadeiro paraíso sem pade cimentos. É inegável a contribuição de Freud para a descoberta e valorização da sexualidade feminina, mas falar em "inveja" nos deixou ainda em situação de tal inferioridade que atrasou descobertas libertárias que nos encheriam de orgulho e auto-estima.

De certo o doutor levou em conta o tamanho do pênis, possivelmente ereto, em detrimento do nosso diminuto clitóris sem nos alertar que aquele atributo mínimo era tão poderoso quanto a instrumento fálico do maior macho do mundo. Mas tamanho não é documento, Dr. Freud, nem certifica a inveja.

O homem é ostensivo por natureza e, da minha parte, admiro aquele enfeite que eles têm entre as pernas, algo assim como o colar de um guerreiro, um penduricalho vistoso que fica ainda belo quanto majestosamente ereto a nos prestar rever ências sempre bem vindas. Por outro lado, é prazeroso demais sermos donas de uma jóia tão internalizada, um broche em formato de pétalas que ainda conta com um botãozinho mágico, um chip oculto a detonar megabytes de prazer do qual ficamos apartadas durante séculos por desconhecimento ou vergonha da própria anatomia, num mundo tomado pelo conhecimento desenvolvido por homens que, embora francamente bem-intencionados, ainda nos tacharam de... invejosas.

E antes que confundam minha fala, vou logo alertando: Não sou feminista. Mas sinto um tal prazer e orgulho da feminilidade que não posso acatar o complexo de castração sem questionar firmemente depois de um século: "Afinal, inveja do que, cara pálida?"

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vídeo Bacana!

Recebi um e-mail que indicava um vídeo super bacana. Eu assisti e realmente é lindo. Este vídeo foi filmado em Campina Grande, projeto de uma parteira Melania na maternidade ISEA. Um parto hospitalar de cócoras tranquilo e saudável. O link de acesso é:

http://www.mybestbirth.com/video/video/show?id=3120006%3AVideo%3A32747

sábado, 5 de setembro de 2009

Parteiras Pankararu

Na sexta-feira do dia 28 de Agosto, foi públicado em um blog: no Instinto de Parir um texto super interessante pela Carine Caitano sobre um filme feito no Nordeste com parteiras tradicionais. Vale a Leitura!
Realizada no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, a sessão especial para as mães voluntárias do Bairro-Escola lota o teatro e fala de um assunto tocante às mulheres: o parto. Quem deu início ao processo foi Heloisa Lessa, que iniciou o trabalho há três anos, no Nordeste do país. Médica obstreta, ela conversou e instruiu parteiras tradicionais sobre termos e precauções durante agravidez. Em uma comunidade próxima ao centro, mulheres aposentadas realizam, ainda hoje, o parto natural na casa da gestante.Engana-se quem considera a ideia antiquada. O documentário média-metragem prova que esses casos são ainda muito frequentes e mais, devem ser incentivados. Os números comprovam. Hoje, no Brasil, são aproximadamente 60 mil parteiras, número infinitamente superior aos 18 mil médicos obstretas registrados. Junto com a notícia, uma estatística preocupante. Cinco por cento das mulheres que optam pela cesária, morrem durante a cirurgia. Durante o processo, constataram que só havia necessidade de nomear asfases passadas pela mulher. Os problemas são facilmente identificados e solucionados pelas parteiras tradicionais. Com cerca de 30 mulheres por oficina, percebemos, em vídeo, uma naturalidade inata da mulher ao falar dos nascimentos. Situações e dialetos que levaram a platéia aos risos e surpresa, durante vários momentos de sua exibição. A ideia é defendida não só com unhas e dentes, mas também com experiências reais das propagadoras do parto natural e as parteiras que veem sua função como vocação. "Mulheres Pankararu" traz relatos dessas mulheres sobre a naturalidade do parir, verbo pouco usado pelos médicos. "Parir é muito parecido como, por exemplo, ter sua primeira relação sexual", prega Heloisa, que defende o parto natural pelo que ele é: natural. "Parir é tão natural quanto fazer o bebê. Parir é instintivo". A diretora do média-metragem é Maria Borba. Convidada por Heloisa para documentar as aulas, não esperava tamanha surpresa com a relação parteiras-gestantes-comunidade. "Eu tive uma surpresa real. É natural mesmo. É espontâneo. E o bonito é ver como elas (parteiras) falam, o carinho de passar a mão na barriga, por exemplo. O que quis transmitir foi o quão pode ser normal e maravilhoso parir", fala Maria, sobre o processo de filmagem e edição. Como milhões de mulheres de sua geração, a diretora percebia a cesária como o melhor meio de ter um filho, combinando a higiene e o cuidado necessário. Heloisa derruba essa ideia, apontando, inclusive, que o risco de infecções é mais frequente no hospital que em casa. A fala logo remete a um momento do documentário. Uma das personagens do filme diz nunca ter usado luvas ou cuidados especiais, frequentes nos hospitais. Segundo a médica, o objetivo não é minimizar a higiene. O pré-natal é necessário e aconselhado, assim como todos as cautelas mas, como frizado, o ato de parir pode e deve ser o mais natural possível. Marylu M. também participou do debate. Também parteira, acrescentou muito falando de suas experiências no estado do Pará. "Fiquei impressionada com a linguagem. Elas (parteiras e gestantes) lidam com problemas com as manobras necessárias, nas mais diversas situações. Essa é uma luta mundial, resgatar o parto normal", diz Marylu, que ja fez uma cesária. "Hoje em dia, temos filhos nos hospitais, sendo internadas pela primeira vez e não se sentindo à vontade. Nas famílias das parteiras, aquilo é uma realidade, as crianças veem todo esse ritual". Esse ritual fica nítido no documentário. Apesar de não ser o foco, é impossível não notar a religiosidade que permeia as relações. As parteiras de Pankararu encaram o que fazem como missão e criam vínculos com a criança, ajudando no seu crescimento. Por fazer parte da Mostra Encontros, caracterizada pelo debate após a exibição do filme, a conversa conseguiu interferir nas ideias já consolidadas no público. Mônica Costa, auxiliar administrativa, participou do evento. Ela, que ainda não tem filhos, garante que sua visão de parto normal foi totalmente reformulada: "É uma loucura deixar os mitos que eu tinha caírem. Vagina larga, recuperação longa, são, quase sempre, imposições de médicos e sociedade. Já privaram as mulheres de prazer sexual, sucesso profissional... não podemospropagar essa privação na hora de trazermos nosso filho ao mundo". Foi Bruno Costa, já integrante da cena cineátográfica em Nova Iguaçu, que convenceu a irmã, Monica, a participar do evento. Como homem e futuro pai, se sentiu atraido por um tema tão incomum ao ser abordado. "Fiquei muito surpreso com o documentário, pois via o parto normal como uma tradição pouco praticada. Igualmente supreso quando Helena declarou que o parto não precisa do pai da criança presente. Mas isso demostra o quão íntimo é o parto. Não precisa de platéia", afirma Bruno. No fim, um documentário filmado no Nordeste do país se revela como um grande passo na caminhada constante de afimação do gênero feminino. Pregar sim, o parto normal. Não como uma obrigatoriedade, mas como umabusca as raízes e humanização desse momento tão especial.
http://jovemreporter.blogspot.com/2009/08/o-instinto-de-parir.html

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hospitais no interior de SP

Hoje pela manhã o Jornal Bom dia Brasil da Globo aprensentou uma reportagem sobre um hospital em Tupa - Interior de São Paulo que adota duas técnicas para tranquilizar os bebês. Adorei saber que aos poucos vamos conquistando mais espaço e podendo ensinar ações alternativas e saudáveis. Vejam abaixo a matéria que também pode ser encontrado no site da globo.com

'Ofurô' acalma bebês no interior de São Paulo
A criança tem a sensação de voltar para o útero da mãe. É uma maneira de fazer o bebê se adaptar mais facilmente ao novo ambiente.


Duas terapias que vieram do Oriente estão ajudando a melhorar a vida de bebês no interior de São Paulo. A shantala, que é um tipo de massagem indiana, já era praticada em alguns hospitais públicos no Brasil. Agora, uma maternidade no interior de São Paulo também adotou ofurô para bebês. A mãe adora ver a filha tranquila e relaxada. O segredo é a shantala, uma poderosa massagem indiana. Desde que Francine nasceu, há três meses, a professora Cristina Vicente dos Reis usa a técnica todos os dias: “Ela é mais tranquila, sossegada. Dorme a noite toda”. O irmão, companheiro inseparável, fez questão de aprender todas as técnicas. “Ajudo quando vai dar banho”, conta a estudante Felipe Reis Fernandes. “Você põe o bebê sobre os joelhos, sobre a cama, como se sentir confortável e massageia o bebê todinho, da cabeça até os pés”, ensina a enfermeira obstetrícia Ivone Morandi. Existe também uma técnica que é ensinada em um hospital em Tupã uma vez por semana, para os pais tornarem o começo de vida dos filhos mais agradável. É o ofurô. Primeiro a criança é enrolada em uma toalha, que representa a placenta. Depois é colocada em água morna, como se fosse o líquido amniótico, aquele que fica dentro do útero materno. O resultado é surpreendente. Pela carinha dos bebês, parece ser bem gostoso. O ofurô acalma a criança porque ela tem a sensação de voltar para o útero da mãe. É uma maneira de fazer o bebê se adaptar mais facilmente a esse novo ambiente. É tão importante que Vinicius acabou de nascer e já está tranquilo. “Ajuda no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Aqueles bebês que têm alteração de sono melhoram muito. Nos prematuros, que precisam ganhar peso, o ofurô acelera o desenvolvimento”, destaca a especialista em aleitamento materno Rose Chiaradia.